Congresso ASCO 2018- Destaques

Congresso ASCO 2018- Destaques

[:pb]A 54ª Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), foi realizada de 1º e 5 de junho, em Chicago, EUA. Durante os cinco dias de evento, milhares de trabalhos foram apresentados, com pesquisas de diversos países, entre eles o Brasil. Este ano o tema da conferência foi Delivering Discoveries: Expandindo o Alcance da Medicina de Precisão.

O encontro reuniu profissionais de oncologia do mundo inteiro que discutiram modalidades de tratamento de última geração, novas terapias e controvérsias contínuas no campo. Milhares de resumos foram inscritos, mais de 2.500 aceitos para apresentação durante a conferência, e mais de 3.350 para a publicação online.


Entre os destaques apresentados em Sessão Plenária da ASCO 2018, podemos citar de maneira geral:

  • A evolução da biópsia líquida, a qual pode passar a encontrar pedaços de DNA do câncer de pulmão e adiantar o diagnóstico;
  • Pesquisas sobre o protocolo de tratamento de pacientes com câncer de mama que já fizeram a mastectomia;
  • Um ensaio clínico randomizado de fase lll que avalia quimioterapia de baixa dose de manutenção após o tratamento padrão para crianças com rabdomiossarcoma de alto risco, e a fase III comparando permbrolizumabe X quimioterapia à base de platina para câncer de pulmão, não pequenas células avançado com baixa expressão de PD-L1;
  • Um estudo relacionando o uso de aspirina com a prevenção do câncer de esôfago também se destacaram entre as apresentações.

 

A Onconews destacou em seu portal o Late – Breaking Abstracts1, um estudo randomizado de fase lll que analisa o uso de quimioterapia e terapia hormonal em comparação com terapia hormonal isolada no câncer de mama de risco de recorrência intermediário com base em um teste genômico deve concentrar as atenções.

Duas pesquisas sobre câncer de pâncreas, também foram citadas. Uma investigou o tratamento quimioterápico combinado X gemcitabina padrão após a cirurgia, a outra avaliou o beneficio da quimioterapia e radioterapia neoadjuvantes. Destacou ainda, um trabalho sobre quimioterapia intra-peritoneal hipertérmica administrada após a cirurgia para pacientes com carcinomatose peritoneal do câncer colorretal.

 

Em câncer de pulmão, uma pesquisa chamou atenção por abordar o diagnóstico precoce. Sabemos que o câncer de pulmão é difícil de ser diagnosticado logo no início, e o mais comum é o paciente descobrir a doença quando já está avançada. E o estudo apresentado por pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute, nos Estados Unidos, mostrou a possibilidade de detectar câncer de pulmão em estágio inicial através de um exame de sangue. Segundo o estudo, ao se instalar no pulmão, o tumor pode liberar pequenos fragmentos de DNA na circulação, e o exame de sangue poderá avaliar a expressão gênica desses pedaços usando sequenciamento genético. O que facilitará ao médico, diagnosticar a presença do câncer na leitura do resultado.

Outro destaque foi o Keynote-042, um estudo randomizado de fase III, mostra que a imunoterapia pembrolizumab (Keytruda) é um tratamento inicial mais eficaz que a quimioterapia (padrão) para a maioria dos pacientes com o tipo mais comum de câncer de pulmão. Indivíduos com câncer avançado de pulmão de não pequenas células, com uma expressão de 1% ou mais de ligante programado de morte celular (PD-L1), que foram tratadas com pembrolizumab viveram uma média de 4 a 8 meses mais do que aquelas que receberam quimioterapia. O estudo também mostrou que os efeitos colaterais foram menos graves em pacientes que receberam o pembrolizumab do que a quimioterapia (18% versos 41%). O Keynote-042 é considerado pelos autores, o maior ensaio clínico do pembrolizumab como terapia autônoma.

 

Em câncer de mama, duas pesquisas chamaram atenção. Uma delas falou sobre o tratamento pós-cirúrgico.  A pesquisa sobre TAILORx, é a maior já realizada na área da mama. Foram analisadas no estudo mais de 10 mil mulheres com expressão negativa do hormônio HER2 e sem nódulos nas axilas.  A outra pesquisa falou de tratamento para pacientes com HER2+, um subgrupo que engloba de 15 a 20% dos portadores da doença.

Atualmente, existem três formas de tratamento do câncer de mama; através da quimioterapia, quimioterapia aliada à hormonoterapia ou apenas a hormonoterapia.  Aqui na Oncocentro, nós, oncologistas, fazemos uma análise gênica do paciente para decidir qual tratamento é o mais adequado para cada caso.

Outros assuntos importantes também foram abordados no encontro, muitas novidades na parte da pesquisa básica e na prática clínica que certamente irá mudar a conduta no tratamento de tipos específicos de câncer.

Esperamos que estas informações tenham ajudado você a compreender melhor as novidades na área de pesquisa da oncologia. Mas, não fique com dúvidas, a melhor maneira de entender é conversando com seu médico. Aqui na Oncocentro você encontra profissionais qualificados e empenhados para oferecer um atendimento ético e humanizado a todos pacientes e familiares.

 

 

 

Fontes:

– ASCO
– ONCONEWS

 

 

Dr. Carlos Felin – CRM 9751
Médico Oncologista – Diretor Técnico da Oncocentro[:]

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