O que cuidar?

O que cuidar?

O paciente que realiza a quimioterapia pode passar por muitos efeitos colaterais, alguns ou nenhum, tudo depende da quantidade de quimioterápicos e como seu corpo reage ao tratamento.

Recomendamos que o paciente converse com a equipe médica sobre os efeitos colaterais, antes de você começar a quimioterapia. Normalmente, esses efeitos colaterais costumam a durar de acordo com o tipo de quimioterapia que o paciente recebe. Muitos acabam junto com o ciclo da quimioterapia, mas em alguns casos, podem levar meses ou até anos, para encerrar.

Náuseas e Vômitos.

As drogas quimioterápicas geralmente causam irritação nas paredes do estômago e intestino provocando náuseas e vômitos. Esses sintomas ocorrem principalmente no dia da infusão, podendo se prolongar por até 4 dias. A sua ocorrência depende do tipo e dose da quimioterapia recebida pelo paciente, além das próprias condições do paciente, assim como o estado emocional, que pode interferir na intensidade deste sintoma.

Algumas mudanças nos hábitos alimentares auxiliam o paciente no combate a estas reações.

Veja abaixo:

  • Preferir alimentos com rápida digestão.
  • Não encher o estômago de uma só vez, preferindo fazer várias refeições ao dia, em pequenas quantidades .
  • Evitar alimentos gordurosos e frituras.
  • Comer devagar, mastigando bem os alimentos.
  • Preferir alimentos frios ou em temperatura ambiente, exceto se o paciente recebeu Oxaliplatina, pois esta medicação aumenta a sensibilidade a alimentos e objetos frios.
  • Evitar odores fortes(fumaça, perfume, frituras etc).
  • Procurar não exercer atividades que exijam esforço físico.
  • Procurar vestir roupas leves e folgadas, evitando comprimir o abdome.

Atualmente, existem várias medicações (antieméticos) que visam prevenir ou reduzir as náuseas e vômitos. Estes medicamentos podem ser administrados no dia da sessão de quimioterapia e/ou após a aplicação, em casa. A escolha do antiemético vai depender do tipo de quimioterapia e dosagem usada pelo paciente. Sendo assim, tomar as medicações, abaixo, conforme a orientação do seu médico

  • Plasil
  • Dramin B6DL 
  • Ondansetron (Vonau)

Feridas na boca (Mucosite)

Alguns quimioterápicos podem provocar aparecimento de aftas, irritação nas gengivas, na garganta e até feridas na boca. Isso pode causar muita dor e ainda dificultar a alimentação. Certas medidas podem ser seguidas nestes casos. Confira:

Cuidados com a BOCA:

  • Evitar ingerir alimentos duros, quentes, ácidos e condimentados.
  • Ingerir maior quantidade de líquidos (água, chás e sucos).
  • Manter a boca e a gengiva sempre limpas, realizando higiene oral após cada refeição.
  • Manter atenção especial quanto à higiene bucal em caso de uso de próteses móveis ou aparelhos ortodônticos.
  • O uso de fio dental deve ser suspenso durante esse período, para evitar traumatismos na mucosa oral.
  • Fazer bochechos com as soluções sugeridas abaixo, de acordo com a orientação do médico e/ou enfermeira:

Bicarbonato de sódio Preparar da seguinte maneira: diluir 1 colher de chá de bicarbonato  de sódio em meio litro de água filtrada ou fervida e já fria. Bochechar de 3 a 5 vezes ao dia. Armazenar em garrafa limpa e sob refrigeração.

Chá de camomila ou malva – preparar de forma tradicional, quando frio realizar os bochechos.

Nistatina solução – tomar a medida de 10 ml, bochechar e engolir; de 6/6h durante 7 dias. Caso não haja melhora em 2 dias entrar em contato com médico assistente.

Tratamentos odontológicos devem ser: realizados mediante autorização e conhecimento do médico assistente.

 

Diarreia

Algumas drogas quimioterápicas podem causar diarreia em maior ou menor intensidade, dependendo da reação do organismo. Se ela persistir por mais de 24 horas, o paciente deverá obter orientação médica. Nos casos menos intensos, algumas medidas podem ajudar:

  • Procurar manter uma alimentação mais líquida (chás, água e sucos).
  • Evitar tomar leite e derivados.
  • Procurar fazer pequenas refeições, evitando alimentos gordurosos e frituras.

 

Prisão de ventre/ constipação

A constipação, ou dificuldade de evacuar as fezes, pode ser conseqüência do próprio tratamento quimioterápico, de outras medicações em uso, ou decorrente de alterações dos hábitos alimentares (com pouca ingestão de fibras), inatividade física, entre outros fatores.

Existem algumas precauções que podem ser tomadas a fim de minimizar esse incômodo:

  • Ingerir maior quantidade de alimentos ricos em fibra.
  • Beber bastante líquido durante o dia.
  • Fazer atividade física regular.

Em casos mais persistentes, a nutricionista pode orientar a dieta e o médico pode prescrever o uso de laxantes.

Queda de cabelo (Alopécia)

Algumas drogas quimioterápicas atingem o crescimento e a multiplicação das células que dão origem ao cabelo, podendo provocar a queda de cabelos de forma total ou parcial. Não se pode prever exatamente como e em que proporção os cabelos serão afetados. Porém é importante lembrar que a queda é geralmente temporária; o processo de nascimento do cabelo se reinicia logo após o término da quimioterapia, e em alguns casos, ainda durante a Quimioterapia.

Durante o tratamento pode-se usar métodos alternativos como lenços, perucas e chapéus. O importante é você se senta bem.

Alterações da pele e unhas

Dependendo do tipo de quimioterapia, o paciente pode apresentar alterações na pele como: vermelhidão, coceira, descamação, ressecamento e manchas. As unhas também podem apresentar escurecimento e rachaduras.

O QUE FAZER para amenizar tais sintomas:

  • Evitar exposição excessiva ao sol.
  • Usar filtro solar, com alto fator de proteção.
  • Usar hidratantes para evitar o ressecamento da pele.

Alterações nas células do sangue

A medicação poderá afetar a produção de células sanguíneas, causando redução temporária na quantidade de:

  • Glóbulos vermelhos (anemia).
  • Glóbulos brancos (leucopenia).
  • Plaquetas (plaquetopenia).

 Estes dados serão monitorados pelo hemograma. Por esta razão sempre será solicitado hemograma antes de cada ciclo.

 SAIBA COMO AGIR: nos seguintes casos, preste atenção a cada sintoma e sia sempre as orientações do seu médico.

  • Leucopenia: a redução dos glóbulos brancos (leucócitos) no sangue deixam a pessoa mais propensa a infecções, portanto, caso apresente febre durante o tratamento, seu médico deverá ser avisado, pois pode ser um sinal de infecção, necessitando ser imediatamente tratada. Em alguns casos, existe medicação específica que faz recuperar as células de defesa.
  • Anemia: a anemia é a redução dos glóbulos vermelhos (hemácias) no sangue, e caracteriza-se pó palidez, maior cansaço, palpitação durante esforços. Em alguns casos, é necessária a transfusão de sangue para resolver esse problema. Também pode ser usado um medicamento específico para tratar a anemia, conforme indicação médica. É indicado manter repouso. Entre em contato com a equipe para definir um cuidado mais específico.
  • Plaquetopenia: a redução das plaquetas pode levar a pequenos sangramentos espontâneos, além de hemorragias em caso de acidentes. O tratamento para esse sintoma é a transfusão de concentrados de plaquetas, quando sua contagem está muito baixa. É indicado manter repouso.

Fique atento e, nesta situação, evite esforços físicos e acidentes com instrumentos cortantes. Entre em contato com a equipe em caso de sangramentos em gengivas e /ou nariz, presença de hematomas (manchas roxas) ou petéquias (pontos vermelhos pelo corpo. 

LEMBRE-SE: seu problemas não passa para ninguém. Porém, durante o tratamento, seu organismo poderá estar mais frágil e sensível a infecções.

PREVINA-SE. Evite ambientes fechados e com muitas pessoas. 

Outras situações que merecem atenção especial:

Algumas medicações podem afetar o sistema nervoso central causando formigamento de extremidades, sensação de queimação, zumbido nos ouvidos, ou até mesmo dores músculo-esqueléticas.

O QUE FAZER?

O médico deve ser informado desses sintomas e, dependendo da intensidade o tratamento poderá ser modificado

 

Esperamos que estas orientações tenham ajudado você a entender melhor esse assunto tão importante na vida do paciente oncológico.

Mas, não fique com dúvidas, a melhor maneira de entender é conversando com seu médico. Aqui na Oncocentro damos suporte aos pacientes que buscam ter seus direitos assegurados.

Estamos sempre atualizados e fazemos parte da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica) que nos dá todo o suporte necessário.

Dr. Carlos Felin – CRM 9751
Médico Oncologista – Diretor Técnico da Oncocentro

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