02 fev Câncer de pele
Câncer de pele: sol é vida, mas exige cuidados rigorosos
O câncer de pele é o mais frequente no Brasil, representando 1/4 de todos os tumores malignos registados. No entanto, a maioria destes diagnósticos não correspondem ao tipo mais grave, o melanoma cutâneo.
- Estimativa de novos casos no Brasil: 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres (2020 – INCA)
- Número de mortes no Brasil: 1.791, sendo 1.038 homens e 753 mulheres (2018 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).
Câncer de pele não melanoma
- Estimativa de novos casos no Brasil: 176.930, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres (2020 – INCA)
- Número de mortes no Brasil: 2.329, sendo 1.358 homens e 971 mulheres (2018 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).
Fonte: INCA
O que é?
O câncer de pele é um desenvolvimento anormal das células da pele, que se multiplicam desordenadamente até formarem um tumor maligno. O câncer de pele pode ser classificado em melanoma e não-melanoma. O melanoma cutâneo é um tipo de câncer que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos.
Embora só represente 4% dos tipos de câncer de pele, é considerado o mais grave, devido sua alta capacidade de metástase. O tipo não-melanoma apresenta altos percentuais de cura se for detectado precocemente é considerado o de maior incidência, mas de baixo índice de mortalidade.
Esse tipo é mais comum em adultos, com picos de incidência por volta dos 40 anos, porém com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo.
Sintomas. Como identificá-los?
- ASSIMETRIA: Assimétrico Maligno, Simétrico Benigno
- BORDA: Borda irregular Maligno, Borda regular Benigno
- COR: Dois ou mais tons Maligno, Tom único Benigno
- DIMENSÃO: Superior a 6 mm Maligno, Inferir a 6 mm Benigno
O melanoma pode surgir de uma lesão pigmentada ou da pele normal. Caso ocorra a partir da pele normal, sé dá após o aparecimento de uma pinta escura com borda irregulares, acompanhada de coceira e descamação.
Se a lesão já existia, as modificações apresentadas são aumento de tamanho, alteração na cor e na forma, além de que passa a ter bordas irregulares.
Por ser uma doença com sintomas inicialmente tão sutis, o autoexame é de extrema importância. Em frente ao espelho, examine seu corpo de frente, de costas e em ambos os lados. é importante observar palmas das mãos, pantas dos pés e couro cabeludo. Mediante qualquer alteração, procure um médico.
Diagnóstico
- A coloração pode variar do castanho-claro passando por vários matizes chegando até à cor negra (melanoma típico) ou apresentar área com despigmentação (melanoma com área de regressão espontânea).
- O crescimento ou alteração da forma é progressivo e se faz no sentido horizontal ou vertical.
- Na fase de crescimento horizontal (superficial), a neoplasia invade a epiderme (camada mais superficial da pele), podendo atingir ou não a derme papilar superior (camada intermediária da pele).
- No sentido vertical, seu crescimento é acelerado através da espessura da pele, formando nódulos visíveis e palpáveis.
Cuidados extras para a prevenção:
Evitar exposição prolongada ao sol entre 10 horas e 16 horas e, mesmo assim, usar sempre bonés ou chapéus, óculos, procurar o abrigo de uma barraca ou guarda-sol e usar filtro solar com fator de proteção 15 ou superior. Mesmo em dias nublados ou chuvosos, aplicar o filtro solar: este produto deve fazer parte da sua rotina!
Quais seriam fatores de alto risco?
- História familiar de câncer de pele;
- Nervo congênito (pinta escura);
- Nevo displásico (lesões escuras da pele alterações celulares pré-cancerosas);
- Pessoas com pele e olhos claros;
- Pessoas que trabalham expostas ao sol, sem proteção adequada;
- Exposição prolongada e repetida ao sol durante a infância e a adolescência.
Tratamento
A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos) , o melanoma é incurável na maioria dos casos. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter então como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Cuidados básicos com o sol, um dos grandes vilões do câncer de pele:
- Evite exposição prolongada entre 10h e 16h. Não deixe de usar boné, chapéu de abas largas, óculos escuros.
- Use filtro solar e replique-o a cada duas horas, quando exposto por períodos prolongados.
- Mesmo em dias nublados e/ou de inverno, o filtro solar deve ser um item indispensável na sua rotina.
Leia também: Colorretal
Fonte: Instituto Nacional do Câncer- Estimativa 2021
Esperamos que estas orientações tenham ajudado você a entender melhor esse assunto tão importante na vida do paciente oncológico.
Os textos publicados em nosso Blog têm caráter informativo e suas informações não substituem a consulta com especialistas.
Para mais informações sobre o tema, entre em contato com um médico e tire suas dúvidas.
Dr. Carlos Felin – CRM 9751
Médico Oncologista – Diretor Técnico da Oncocentro
Sem comentários