Efeitos colaterais da quimioterapia

Efeitos colaterais da quimioterapia

Efeitos colaterais da quimioterapia

É importante lembrar que a sensibilidade aos medicamentos é individual e relativa ao medicamento utilizado. Então, o paciente pode não apresentar nenhum, um ou vários efeitos colaterais, assim como algum que não está descrito aqui.

Alopecia (queda de cabelo)
• A queda de cabelo, ou alopecia, é o efeito colateral mais temido pelos pacientes que se preparam para iniciar o tratamento quimioterápico. Apesar de bastante comum, a alopecia nem sempre ocorre: sua incidência varia de acordo com os medicamentos utilizados no tratamento.

• A queda de cabelo costuma ter início na segunda ou terceira semana do tratamento, acentuando-se a cada novo ciclo de quimioterapia. Apesar de ser mais evidente no couro cabeludo, pode também ocorrer em outras partes do corpo.

• A alopecia ocorre por ação da quimioterapia sobre as células em divisão na raiz dos cabelos. Sua intensidade varia conforme os medicamentos empregados e a sensibilidade de cada paciente. Pode-se apresentar como uma queda parcial, deixando os cabelos apenas mais ralos, ou como uma queda completa.
Alguns cuidados podem diminuir a agressão da quimioterapia ao couro cabeludo:

Utilizar xampus suaves e escovas de cerdas macias

  • Proteger o couro cabeludo da luz do sol.
  • Aplicar pouco calor quando utilizar o secador de cabelos.
  • É sempre importante destacar que a alopecia é TEMPORÁRIA. O cabelo volta a crescer imediatamente após o término da quimioterapia. Para aqueles que pretendem utilizar perucas, recomenda-se adquiri-las antes que a queda de cabelos ocorra, o que permite melhor ajuste à cor dos cabelos naturais e adaptação ao corte.

Alterações nas células do sangue

  • As células da medula óssea são bastante sensíveis à ação causada pelos agentes quimioterápicos. Como consequência, os glóbulos brancos (leucócitos), glóbulos vermelhos (hemácias), assim como as plaquetas podem ter comprometida sua produção, determinando queda em suas contagens no sangue.
  • Redução dos leucócitos (leucopenia): Os leucócitos são as células do sangue encarregadas da defesa do organismo contra infecções. Por isso, a queda na contagem de leucócitos no sangue (leucopenia) predispõe o organismo a infecções.
  • Redução das plaquetas (plaquetopenia): As plaquetas são elementos que ajudam a formar o coágulo de sangue quando nos cortamos e que bloqueiam a saída de sangue dos vasos sanguíneos em casos de lesão de suas paredes. A queda na contagem de plaquetas (plaquetopenia) pode determinar o surgimento de pequenos sangramentos espontâneos e comprometer a capacidade do organismo para bloquear hemorragias em casos de acidentes.
  • Um dos recursos disponíveis para evitar hemorragias quando a contagem de plaquetas está muito baixa é a transfusão de concentrados de plaquetas, mas é uma necessidade que acontece pouco.
  • Redução das hemácias (anemia): Os glóbulos vermelhos permanecem na circulação por períodos muito maiores que os glóbulos brancos. Por isso, a anemia – queda na contagem dos glóbulos vermelhos no sangue – torna-se evidente somente após alguns ciclos de quimioterapia. A anemia causa uma série de sintomas, como: palidez, fadiga e palpitações durante esforços, podendo ser corrigida com o uso de transfusões de concentrados de glóbulos vermelhos. Em alguns casos, pode-se tentar evitar a instalação da anemia pelo uso de eritropoietina.

Mucosite e Diarreia

  • Trata-se de dois efeitos colaterais comuns durante a quimioterapia. A boca, por exemplo, sofre diariamente pequenas lesões, enquanto o revestimento do intestino descama continuamente sua superfície. Portanto, a mucosa que reveste o tubo digestivo apresenta grande capacidade de regeneração e velocidade de divisão celular, o que leva a sensibilidade aos agentes quimioterápicos, que agem nas células durante a sua divisão (a maioria).

Náuseas e Vômitos

  • Trata-se de uma reação comum ao uso de alguns poucos quimioterápicos, que, na maioria dos casos, pode ser controlada com medicamentos específicos. A sensibilidade individual aos quimioterápicos apresenta grande variação. Durante a aplicação de um mesmo protocolo, algumas pessoas nunca sentem náusea, enquanto outras se mostram frequentemente nauseadas. As náuseas e os vômitos podem ocorrer tanto por irritação da superfície do estômago como pela ação dos quimioterápicos sobre o sistema nervoso central.
  • O controle da náusea é obtido pelo uso de medicamentos específicos, os antieméticos, aplicados durante a quimioterapia e nos dias que se seguem ao tratamento. Náuseas e vômitos devem ser sempre relatados para que se possa determinar ajuste das medicações às necessidades de cada paciente.

Efeitos Tóxicos sobre o Sistema Nervoso

  • Alterações neurológicas fazem parte dos efeitos colaterais durante o tratamento com alguns quimioterápicos. Formigamento de extremidades, sensação de queimação, adormecimento das mãos e dos pés e zumbido nos ouvidos são as manifestações mais frequentes da agressão às células nervosas, regredindo após o término do tratamento.
  • Na maioria das vezes, tais efeitos são leves e bem tolerados, exigindo apenas alguns cuidados a mais para a realização das atividades cotidianas. Podem, entretanto, se apresentar com maior intensidade e requerer modificações no tratamento. A equipe médica deve ser informada sobre esses sintomas.

Obstipação ou Constipação

A obstipação pode ocorrer em consequência do tratamento ou das alterações nos hábitos alimentares e pessoais que o paciente experimenta nesse período. Em geral, a redução da ingestão de alimentos, especialmente dos ricos em fibras, e a inatividade física são os principais responsáveis pela obstipação.

Algumas medidas simples podem resolver o problema:

  • Aumento da quantidade de alimentos ricos em fibra na dieta.
  • Ingestão de um maior volume de líquidos.
  • Atividade física regular.
  • P uso de laxativos está reservado aos pacientes que não responderem a essas medidas simples, ou aos que já vinham fazendo uso desses medicamentos.

Alterações de pele e unhas (onicolise)

Alguns agentes quimioterápicos podem causar alterações na pele, sendo as mais frequentes: prurido, vermelhidão, descamação, ressecamento hiperpigmentação e acne. Além disso, as unhas podem se tornar escuras e quebradiças.

Existem medicamentos que, quando administrados em veias, determinam escurecimento da pele, especialmente nas áreas que recobrem as veias pelas quais esses medicamentos foram aplicados. Todos esses efeitos costumam regredir alguns meses após o término do tratamento. A exposição à luz do sol pode potencializar os efeitos dos quimioterápicos sobre a pele. Por isso, não se recomenda exposição excessiva ao sol.

Alterações sexuais
A quimioterapia pode causar danos às células germinativas presentes nos ovários e testículos, determinando a esterilidade transitória ou permanente, com as alterações hormonais correspondentes, tanto no homem como na mulher. Na mulher, ocorre a suspensão da menstruação (amenorreia), podendo evoluir para menopausa, com a manifestação de todos os seus sintomas (ondas de calor, alterações vaginais, etc.).

Já nos homens, essas alterações determinam sintomas mínimos. As alterações vaginais exigem cuidados especiais em pacientes com vida sexual ativa. O uso de gel lubrificante (solúvel em água) pode corrigir as securas vaginais, que costuma dificultar a relação sexual. Havendo dor, sangramento ou prurido vaginal, recomenda-se que a paciente seja avaliada por seu ginecologista e avise a equipe médica.

Para homens muito jovens, ou que planejam novos filhos, existe a alternativa de congelar o sêmen antes que se inicie a quimioterapia. Esse procedimento permitiria uma gravidez no futuro. O desejo sexual pode diminuir. Esse comprometimento da libido é bastante complexo, sendo em grande parte explicado pelo estresse do diagnóstico, associado à diminuição da disposição física determinada pela doença e pelo seu tratamento.

O paciente deve abrir mão de suas inibições e esclarecer todas as possíveis dúvidas em relação às atividades sexuais com a equipe médica, que levará em consideração as particularidades de cada caso.

E lembre-se: administrar os efeitos colaterais é mais uma tarefa para essa fase da sua vida. Como fase é temporária. Tenha calma e paciência.


Leia também: Tratamentos contra o câncer


Fonte: INCA

Atenção: efeitos colaterais comuns e gerais durante o tratamento quimioterápico e o que pode ser feito para amenizá-los.

É importante lembrar que a sensibilidade aos medicamentos é individual e relativa ao medicamento utilizado. Então, o paciente pode não apresentar nenhum, um ou vários efeitos colaterais, assim como algum que não está descrito aqui.

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