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Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.
Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).
A palavra câncer assusta muita gente. Isto porque ainda existem muitas ideias erradas sobre a doença e, infelizmente, a maioria das pessoas ainda pensa que câncer é sinônimo de morte. A palavra câncer tem origem latina e significa, literalmente, caranguejo. Tem esse nome porque as células doentes atacam e tentam se infiltrar nas células sadias como se fossem os tentáculos de um caranguejo.
Até hoje há quem evite pronunciar a palavra “câncer” e atribua à doença alguns, digamos, apelidos. Portanto, parece-nos que a própria palavra câncer já traz em si alguns mitos. Muitas vezes, uma má interpretação de fatos relacionados ao câncer ou uma generalização de um caso isolado da doença, assim como especulações, acabam por fazer com que ideias e até mesmo crenças se apresentem como verdades.
O termo risco refere-se à probabilidade de um evento indesejado ocorrer e os fatores que podem elevar essa possibilidade são chamados de fatores de risco e os que podem diminuir essa possibilidade são chamados de fatores de proteção.
Nos fatores de risco encontramos fatores ambientais/hábitos de vida (todos os fatores externos ao nosso organismo) e os fatores hereditários (os que herdamos geneticamente) sendo esses últimos responsáveis por 5% a 10% dos casos de câncer. Mas mesmo com uma grande predisposição genética, os nossos hábitos de vida podem ajudar ou evitar o seu desenvolvimento.
Dentre os fatores ambientais/hábitos de vida temos, por exemplo, a combinação de álcool, tabaco e chimarrão como riscos da multicausalidade do câncer de esôfago. E a combinação entre álcool, tabaco, chimarrão, churrasco, e cozimento em fogão à lenha para o câncer da cavidade bucal e de intestino. Nos tipos de câncer acima descritos, podemos citar como fatores de proteção o consumo de frutas cítricas e vegetais ricos em caroteno e em fibras, e boa ingestão de líquido.
Mas os fatores de proteção não podem ser encarados como liberação para os fatores de risco ambientais/hábitos de vida, pois podem não ser suficientes para impedir a mutação da célula estimulada pelos fatores de risco.
São todos os agentes carcinógenos que podem causar modificações no DNA de uma célula, levando-a a uma proliferação desordenada, dando origem ao câncer. São agentes carcinogênicos ou fatores de risco ambientais os produtos químicos (presentes no fumo, no álcool, nos solventes, no benzeno, nos venenos utilizados em lavouras, entre outros), as radiações (como a solar sem proteção e as radiações ionizantes) e micro-organismos (como os vírus do papiloma e o Epstein-Baar). Também entre os hábitos alimentares encontramos fatores de risco, como as dietas ricas em carnes gordas, frituras, maionese, leite integral e seus derivados consumidos de forma regular e frequente, bem como uma dieta pobre em fibras e com baixa ingestão de líquidos.
São todos os agentes que promovem a regeneração celular, estimulam a apoptose (morte celular programada) e fornecem proteção de barreira na superfície das células para entrada de agentes cancerígenos. Podemos citar, de forma geral, que um estilo de vida ativo e uma dieta rica em frutas e verduras com isoflavonas, caroteno e fibras, com baixa concentração de gordura são os principais fatores de proteção, além de evitar os fatores de risco. Uma dieta composta de dois terços de alimentos de origem vegetal, grãos e cereais e um terço de origem animal, sendo aconselhável frituras apenas duas vezes por semana, é a ideal. E é muito importante que esses hábitos sejam desenvolvidos desde a infância, incentivando a ingestão equilibrada e exercícios físicos regulares.