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O tratamento para o câncer é chamado de tratamento antineoplásico, pois atua na destruição de uma neo (nova) plasia (formação). A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão regulador responsável pelo registro dos medicamentos comercializados no Brasil utiliza o termo antineoplásicos como referência aos medicamentos usados contra o câncer, divididos em vários subgrupos.
O tratamento antineoplásico pode incluir, além de medicamentos como quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia, terapia alvo específica que são sistêmicos, a cirurgia e radioterapia que são tratamentos locais e que podem ser utilizadas separadamente ou em combinação.
Hoje, a forma de ver o câncer tem se modificado, pois quando não é possível a cura absoluta, os avanços da medicina e da genética vem tornando-o uma doença crônica, como diabetes ou uma insuficiência cardíaca. Controla-se para não aumentar o tumor e espalhar-se para outras partes do corpo e o paciente segue com suas atividades.
Visa à retirada da massa de células neoplásicas do local de origem e avaliação de sua infiltração nos tecidos vizinhos e vasos sanguíneos e linfáticos. Além da retirada da massa de células neoplásicas, o procedimento cirúrgico é utilizado para avaliação do tipo de célula envolvida e infiltração do tumor. Esses dados levam ao estadiamento, que é o estágio em que a doença se encontra.
A terapia hormonal altera a ação ou produção de hormônios masculinos ou femininos e é utilizada para diminuir o crescimento de alguns tipos câncer de mama, próstata e endométrio (que normalmente crescem na presença dos níveis hormonais sanguíneos normais ou superiores). Agem impedindo o organismo de produzir o hormônio ou impedindo a célula de câncer de usá-lo.
É um tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são vistas e durante a aplicação o paciente não sente nada, podendo com o decorrer das aplicações, que são diárias e rápidas, sofrer uma leve queimadura na pele do local irradiado. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos usados no tratamento dos tumores.
É a utilização de fatores de defesa do organismo, sintetizados em laboratório, para ativar as defesas naturais do corpo contra as células tumorais. São utilizados em apenas alguns tipos de tumores, pois os restantes não são sensíveis a esse tipo de tratamento. Também estão inclusos nessa categoria os fatores de estimulação de colônias, que servem para acelerar a recuperação das células sanguíneas para encurtar o intervalo entre as aplicações de quimioterapia.
A quimioterapia pode ser feita com a aplicação de um ou mais quimioterápicos. O uso de drogas isoladas (monoquimioterapia) mostrou-se ineficaz em induzir respostas completas ou parciais significativas, na maioria dos tumores, sendo atualmente de uso muito restrito. A poliquimioterapia é de eficácia comprovada e tem como objetivos atingir populações celulares em diferentes fases do ciclo celular, utilizar a ação sinérgica das drogas, diminuir o desenvolvimento de resistência às drogas e promover maior resposta por dose administrada. A quimioterapia pode ser utilizada em combinação com a cirurgia e a radioterapia.
Os quimioterápicos não atuam exclusivamente sobre as células tumorais. As estruturas normais que se renovam constantemente, como a medula óssea, os pelos e a mucosa do tubo digestivo, são também atingidas pela ação dos quimioterápicos. No entanto, como as células normais apresentam um tempo de recuperação previsível, ao contrário das células anaplásicas ou mutadas do câncer, a quimioterapia é aplicada em ciclos periódicos que visam contemplar a recuperação das células normais sem a recuperação das células anaplásicas. Por isso, o intervalo de tempo entre os ciclos de quimioterapia.
Os ciclos são o intervalo entre aplicações. Por exemplo: em ciclos de alguns tratamentos são aplicadas quimioterapias em um dia só e a cada 21 dias é repetido. O dia da 1° aplicação é o dia 1 do 1° ciclo. O dia posterior é o dia 2 do 1° ciclo e assim sucessivamente até chegar ao dia 21 do 1° ciclo. O dia subsequente é o dia da 2° aplicação, sendo então o dia 1 do 2° ciclo. Assim ocorre até terminar o número de ciclos programado por seu médico.
Como já foi dito, os quimioterápicos não atuam exclusivamente sobre as células tumorais. As estruturas normais que se renovam constantemente, como a medula óssea, os pelos e a mucosa do tubo digestivo, são também atingidas pela ação dos quimioterápicos. No entanto, como as células normais apresentam um tempo de recuperação previsível, ao contrário das células anaplásicas ou mutáveis do câncer, é possível que a quimioterapia seja aplicada repetidamente, desde que observado o intervalo de tempo necessário para a recuperação da medula óssea e da mucosa do tubo digestivo. Por este motivo, a quimioterapia é aplicada em ciclos periódicos.
Os efeitos terapêuticos e tóxicos dos quimioterápicos dependem do tempo de exposição e da concentração plasmática da droga. A toxicidade é variável para os diversos tecidos e depende da droga utilizada. Nem todos os quimioterápicos ocasionam efeitos indesejáveis, tais como mielodepressão (diminuição das células do sangue), alopecia (queda do cabelo) e alterações gastrintestinais (náuseas, vômitos e diarreia).
As doses para pessoas idosas e debilitadas devem ser menores, inicialmente, até que se determine o grau de toxicidade e de reversibilidade dos sintomas indesejáveis.
A cada dia, medicamentos novos são postos à disposição dos oncologistas visando à redução da toxicidade dos quimioterápicos (mesna, por exemplo), à manutenção da quimioterapia (fatores de crescimento hematopoético e antieméticos, por exemplo), e a intensificação dos quimioterápicos (ácido folínico, por exemplo).
Fonte: http://www.inca.gov.br
Atenção: efeitos colaterais comuns e gerais durante o tratamento quimioterápico e o que pode ser feito para amenizá-los.
É importante lembrar que a sensibilidade aos medicamentos é individual e relativa ao medicamento utilizado. Então, o paciente pode não apresentar nenhum, um ou vários efeitos colaterais, assim como algum que não está descrito aqui.
Alguns cuidados podem diminuir a agressão da quimioterapia ao couro cabeludo:
É sempre importante destacar que a alopecia é TEMPORÁRIA. O cabelo volta a crescer imediatamente após o término da quimioterapia. Para aqueles que pretendem utilizar perucas, recomenda-se adquiri-las antes que a queda de cabelos ocorra, o que permite melhor ajuste à cor dos cabelos naturais e adaptação ao corte.
As células da medula óssea são bastante sensíveis à ação causada pelos agentes quimioterápicos. Como consequência, os glóbulos brancos (leucócitos), glóbulos vermelhos (hemácias), assim como as plaquetas podem ter comprometida sua produção, determinando queda em suas contagens no sangue.
Redução dos leucócitos (leucopenia): Os leucócitos são as células do sangue encarregadas da defesa do organismo contra infecções. Por isso, a queda na contagem de leucócitos no sangue (leucopenia) predispõe o organismo a infecções.
Redução das plaquetas (plaquetopenia): As plaquetas são elementos que ajudam a formar o coágulo de sangue quando nos cortamos e que bloqueiam a saída de sangue dos vasos sanguíneos em casos de lesão de suas paredes. A queda na contagem de plaquetas (plaquetopenia) pode determinar o surgimento de pequenos sangramentos espontâneos e comprometer a capacidade do organismo para bloquear hemorragias em casos de acidentes.
Um dos recursos disponíveis para evitar hemorragias quando a contagem de plaquetas está muito baixa é a transfusão de concentrados de plaquetas, mas é uma necessidade que acontece pouco.
Redução das hemácias (anemia): Os glóbulos vermelhos permanecem na circulação por períodos muito maiores que os glóbulos brancos. Por isso, a anemia – queda na contagem dos glóbulos vermelhos no sangue – torna-se evidente somente após alguns ciclos de quimioterapia. A anemia causa uma série de sintomas, como: palidez, fadiga e palpitações durante esforços, podendo ser corrigida com o uso de transfusões de concentrados de glóbulos vermelhos. Em alguns casos, pode-se tentar evitar a instalação da anemia pelo uso de eritropoietina.
Trata-se de dois efeitos colaterais comuns durante a quimioterapia. A boca, por exemplo, sofre diariamente pequenas lesões, enquanto o revestimento do intestino descama continuamente sua superfície. Portanto, a mucosa que reveste o tubo digestivo apresenta grande capacidade de regeneração e velocidade de divisão celular, o que leva a sensibilidade aos agentes quimioterápicos, que agem nas células durante a sua divisão (a maioria).
Trata-se de uma reação comum ao uso de alguns poucos quimioterápicos, que, na maioria dos casos, pode ser controlada com medicamentos específicos. A sensibilidade individual aos quimioterápicos apresenta grande variação. Durante a aplicação de um mesmo protocolo, algumas pessoas nunca sentem náusea, enquanto outras se mostram frequentemente nauseadas. As náuseas e os vômitos podem ocorrer tanto por irritação da superfície do estômago como pela ação dos quimioterápicos sobre o sistema nervoso central. O controle da náusea é obtido pelo uso de medicamentos específicos, os antieméticos, aplicados durante a quimioterapia e nos dias que se seguem ao tratamento. Náuseas e vômitos devem ser sempre relatados para que se possa determinar ajuste das medicações às necessidades de cada paciente.
Alterações neurológicas fazem parte dos efeitos colaterais durante o tratamento com alguns quimioterápicos. Formigamento de extremidades, sensação de queimação, adormecimento das mãos e dos pés e zumbido nos ouvidos são as manifestações mais frequentes da agressão às células nervosas, regredindo após o término do tratamento. Na maioria das vezes, tais efeitos são leves e bem tolerados, exigindo apenas alguns cuidados a mais para a realização das atividades cotidianas. Podem, entretanto, se apresentar com maior intensidade e requerer modificações no tratamento. A equipe médica deve ser informada sobre esses sintomas.
A obstipação pode ocorrer em consequência do tratamento ou das alterações nos hábitos alimentares e pessoais que o paciente experimenta nesse período. Em geral, a redução da ingestão de alimentos, especialmente dos ricos em fibras, e a inatividade física são os principais responsáveis pela obstipação. Algumas medidas simples podem resolver o problema:
O uso de laxativos está reservado aos pacientes que não responderem a essas medidas simples, ou aos que já vinham fazendo uso desses medicamentos.
Alguns agentes quimioterápicos podem causar alterações na pele, sendo as mais frequentes: prurido, vermelhidão, descamação, ressecamento hiperpigmentação e acne. Além disso, as unhas podem se tornar escuras e quebradiças. Existem medicamentos que, quando administrados em veias, determinam escurecimento da pele, especialmente nas áreas que recobrem as veias pelas quais esses medicamentos foram aplicados. Todos esses efeitos costumam regredir alguns meses após o término do tratamento. A exposição à luz do sol pode potencializar os efeitos dos quimioterápicos sobre a pele. Por isso, não se recomenda exposição excessiva ao sol.
A quimioterapia pode causar danos às células germinativas presentes nos ovários e testículos, determinando a esterilidade transitória ou permanente, com as alterações hormonais correspondentes, tanto no homem como na mulher. Na mulher, ocorre a suspensão da menstruação (amenorreia), podendo evoluir para menopausa, com a manifestação de todos os seus sintomas (ondas de calor, alterações vaginais, etc.). Já nos homens, essas alterações determinam sintomas mínimos. As alterações vaginais exigem cuidados especiais em pacientes com vida sexual ativa. O uso de gel lubrificante (solúvel em água) pode corrigir as securas vaginais, que costuma dificultar a relação sexual. Havendo dor, sangramento ou prurido vaginal, recomenda-se que a paciente seja avaliada por seu ginecologista e avise a equipe médica.
Para homens muito jovens, ou que planejam novos filhos, existe a alternativa de congelar o sêmen antes que se inicie a quimioterapia. Esse procedimento permitiria uma gravidez no futuro. O desejo sexual pode diminuir. Esse comprometimento da libido é bastante complexo, sendo em grande parte explicado pelo estresse do diagnóstico, associado à diminuição da disposição física determinada pela doença e pelo seu tratamento. O paciente deve abrir mão de suas inibições e esclarecer todas as possíveis dúvidas em relação às atividades sexuais com a equipe médica, que levará em consideração as particularidades de cada caso.
E lembre-se: administrar os efeitos colaterais é mais uma tarefa para essa fase da sua vida. Como fase é temporária. Tenha calma e paciência.
Terapia-alvo é um termo geral que se refere a medicações ou drogas que têm foco em local específico (alvo) no crescimento e desenvolvimento de células tumorais. Por agirem em locais alvos importantes, estes agentes destroem as células tumorais diretamente. Os alvos (ou locais de ação específicos) são tipicamente moléculas ou pequenas partículas presentes nas células ou no espaço que as circunda que são conhecidos por desempenhar um papel importante na formação e no desenvolvimento do câncer.
São medicações desenvolvidas em laboratório para agir especificamente contra determinado alvo na célula do câncer (por exemplo, alguma enzima ou proteína presente apenas nas células cancerígenas). Não agem na célula normal. Por este motivo, é considerada uma “terapia inteligente”. Agindo apenas nas células cancerígenas, minimiza os efeitos colaterais do tratamento, fornecendo qualidade de vida ao paciente.
Ainda não foram descobertos tratamentos alvo-específico para todos os tipos de câncer, mas a ciência continua progredindo diariamente.